segunda-feira, 17 de setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Minha Querida Rainha

Ir. M. Nilza P. da Silva - Minha querida Rainha, Mãe Peregrina Original de João Luiz Pozzobon, aqui no Santuário, diante de Jesus sacramentado, contemplo as tuas ruínas, nas madeiras diante do altar.
O coração se aperta e as lágrimas purificam os sentimentos… Conduze-nos ao alto, para que vejamos tudo isso com o olhar da fé e saibamos aplicar na vida o que Deus Pai nos diz.
Rainha Pioneira, tua bela moldura são simples pedaços de madeiras… Tu que livraste a tantos filhos de acidentes, agora estás diante de mim, como vítima ferida, sem forma e sem beleza aparente. Mas, inteiramente Rainha!
Grande Missionária, tu te fizeste semente, desfazendo-se em mil pedaços, lançando-se ao solo. “Semear é algo de grande, mas maior ainda é ser semente, semente de um mundo novo”, disse nosso Pai e Fundador no envio das primeiras missionárias de Schoenstatt para o Brasil, em 1935. Sim, tu és uma Grande Missionária, pois és semente que se decompõe para que Cristo floresça nos corações.
Ao contemplar tua estampa marcada pelo grave acidente, como não me lembrar de teu Filho muito Amado, com o rosto desfigurado e o corpo dilacerado, ao ser apresentado por Pilatos: “Eis o homem!” Eis o modelo de homem que deveis conquistar! E Jesus, mesmo ferido, sem beleza e ferido até a alma, não hesita em confessar: “Eu sou Rei!”
Tu és a nossa Rainha! Peregrina Original, eis a tua imagem! Ferida, em pedaços, machucada, mas sempre nossa Mãe e Rainha!
Rainha Pioneira, tu te desfizeste à beira do caminho, remetendo-nos ao testamento de teu “Burrinho”: “Se um dia me encontrarem morto à beira do caminho, saibam que eu morri de alegria!” Sabemos, Mãe, tu te desfizeste de tanto amor para com teus filhos, caminhando com eles e indo levar alegrias para uma família.
Grande Rainha, de coroa intacta e imagem em ruínas, teu olhar bondoso e maternal transpassa os arranhões que te ferem a face, acalma os nossos corações e ilumina as nossas mentes. O olhar de Jesus Menino se une ao teu e me fala no silêncio.
Mãe e Rainha, pelo meu batismo, sou também filho de Rei e minha missão é ser semente, consumindo-me em mil pedaços de amor doado por inteiro pela missão. “Se o grão de trigo não morrer, permanece só, mas se morrer, produz muitos frutos!” (Jo 12, 24)
Mãe e Educadora, de rosto sofrido e olhar de amor, ensina-me a ser como tu! A não temer o fracasso, a enfrentar a escuridão, a enfrentar a timidez, sem nada reservar para mim. Mas, a estar sempre em missão, sempre a caminho, consumindo-me no amor, para que cada pessoa encontre a luz de Cristo e, nele, viva como Filho amado do Pai!
Enquanto se recompõe a tua imagem, unindo o que restou, ajuda-me a recompor a imagem de Cristo em mim, parte por parte, num incansável trabalho de auto educação e de santificação. Ajuda-me a não desfazer a imagem de Cristo que resplandece no meu irmão, mas fazê-la brilhar na dignidade real que ele recebeu por ser teu filho em Jesus.
Rainha, tua coroa é intacta, nada abala a tua realeza! Abençoa o nosso país, faze resplandecer as glórias do Tabor em cada pedaço deste chão, santificado pela tua imagem. A partir de teu santuário, de cada imagem na qual te multiplicaste, restaura a imagem do homem de nosso tempo e ensina-nos a ser o que Deus deseja, a edificarmos nesta terra, uma cultura de restauração da imagem do homem, uma cultura do amor, de vínculos, uma cultura da aliança.